Dirigentes de grandes clubes do
Brasil recebem cópia do forte ataque do homem que comanda o Athletico à TV
Globo, dona do monopólio do futebol.
Mário Celso Petraglia, presidente do Athletico/PR |
O homem que domina o Athletico, revoltado com as cotas de transmissão
da emissora carioca, já fez seu clube disputar o Campeonato Paranaense com
garotos do sub-23.
Não fechou contrato
com a emissora para o pay-per-view do Brasileiro de 2019. Foi o único clube a
manter essa postura.
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Obrigou a Globo a transmitir jogos
por seu site esportivo, o globoesporte.com.
As divergências nas cotas de
transmissão e o Athletico duram anos, décadas.
E acabaram muito bem expostas em um
artigo que Petraglia escreveu na Folha de São Paulo, neste sábado.
O título já é uma pedrada. "Flavorecimento"
“Todo
monopólio parte do princípio de que não é aberta a outros a participação no
grupo daqueles que controlam um sistema e determinam as regras que o operam”.
"Toda iniciativa
para mudar qualquer ordem nessa dinâmica tende a ser frustrada, pois o teto de
cada um é preestabelecido pelos próprios organizadores desse sistema.
"Nós, do
Athletico Paranaense, estamos há mais de 20 anos dizendo que não (ao modelo de
divisão de cotas de TV). Mas parece que ainda vivemos no Brasil que liga a TV
para ver um só canal, com uma só linguagem e abordagem. É algo que permanece há
mais de meio século - e os mais favorecidos dizem que 'tem que manter isso aí',
agindo pesado contra qualquer mudança.
"O sistema não
tem interesse em desenvolver o futebol brasileiro, mas em desenvolver um ou
dois clubes como se eles representassem todo o país. Criou-se uma narrativa de
que toda audiência nacional se interessa e quer ver o Flamengo.
"Uma euforia
fomentada por matérias em clima de mobilização, de que há algo muito importante
acontecendo quando o time da ponta da pirâmide joga. Como um time com tanto
apoio teve tão poucas conquistas, ao longo das décadas, em proporção às suas
possibilidades?
“Os títulos e o
domínio técnico à altura do seu favorecimento só vieram quase 40 depois do
primeiro campeonato de expressão”... Nada foi construído para que os mais
organizados alcançassem os resultados, mas para que 'os escolhidos' possam ser
beneficiados de várias formas até que confirmem finalmente sua força. É a
típica meritocracia à brasileira.
“Fica clara a
necessidade de redistribuição dos valores, mais em linha com o cenário
esportivo e tecnológico atuais”.
"Fica gritante a
urgência de mudança na legislação que permita o aporte de capital internacional
nos clubes, como é há tempos nos maiores centros do futebol, e fazer com que os
melhores atletas do mundo joguem em uma liga forte aqui no Brasil.
A resposta da emissora ao ataque de Petraglia foi pífia.
Aqui, o artigo escrito por Fernando Manuel Pinto, diretor de
direitos e relacionamento com futebol da TV Globo.
"Em 2016, em meio a maior concorrência já ocorrida por
direitos da Série A, a resposta da Globo foi um novo formato de contratação,
atendendo a anseios dos clubes, que batizamos de 'Novo Modelo 2019-24'.
"Chegamos a acordos individuais com 37 clubes, mas que
levam, pela primeira vez, a um formato coletivo e disponível a todos, onde
critérios ligados a equilíbrio e meritocracia é que determinam a remuneração de
cada clube na Série A, em vez dos valores predeterminados do formato anterior,
vigente até 2018 e com apenas 18 clubes sob acordos plurianuais.
"Esse processo funcionou como 'unir o útil ao
agradável': a abordagem foi capaz de promover um modelo coletivo para os
clubes.
"O 'Novo Modelo
2019-24' jamais teve a pretensão de ser perfeito, seria impossível diante dos
enormes desafios. Miramos um grande passo! Aprimoramentos, a partir de agora,
dependem do reconhecimento dos avanços conquistados, e, sobretudo, dos passos
que a partir deles podem ser dados."
O sistema atual de
divisão na tevê aberta, e que vale até 2024, é este.
O valor total em cada
ano é de R$ 600 milhões. A fatia a ser distribuída igualitariamente (40%)
gerará R$ 12 milhões para cada clube participante do Campeonato Brasileiro.
A recompensa pelo
desempenho (30%) contemplará do 1.º, que garantirá um valor próximo de R$ 18
milhões, ao 16.º, que receberá algo próximo de R$ 6 milhões. Os clubes
rebaixados não receberão essa parte da cota.
A última parcela (30%)
é conforme o número de jogos transmitidos na TV aberta.
As declarações de
Petraglia sobre o 'Flavorecimento' da Globo estão sendo distribuídas em grupos
whatsapp pela grande maioria de dirigentes do país...
Por COSME RÍMOLI Do R7
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