Quinta feira, 19 de dezembro de 2019.
Artilheiro quis contra
o Al Hilal, aproveitar os holofotes.
Jogou para si, esqueceu o time.
Jesus
havia avisado que Gabigol tem problemas emocionais.
Jesus e o difícil problema para a decisão. Fazer Gabigol jogar para o time. Reprodução / Twitter |
Vários torcedores
pensaram em como chamar a atenção no estádio Khalifa International, terça feira, em
Doha, no Qatar.
E fizeram o óbvio. Levaram cartazes com
a mesma frase tão difundida nos jogos do Flamengo. "Hoje tem gol de
Gabigol."
Depois que os seguranças
tiveram a certeza que não eram mensagens políticas, todos puderam entrar e
mostrar seus cartazes.
Mas, contra o Al
Hilal, não houve gol de Gabigol.
Pelo contrário.
Foi uma das piores
partidas do atacante em 2019.
Afobado, egoísta,
tenso, irritadiço.
Desperdiçou vários
ataques e contragolpes do Flamengo.
Queria fazer seu gol
de qualquer maneira, mesmo marcado, muitas vezes, por dois defensores do time
árabe.
Além disso, discutiu,
questionou, perturbou o fraco árbitro Ismail Elfath.
Nervoso, peitou,
chutou sem bola adversários do Al Hilal.
Poderia ter sido
expulso, se o critério do VAR no Mundial de Clubes fosse igual ao utilizado no
Brasileiro.
Gabigol se tornou uma
grande preocupação para o jogo de sábado, na final do Mundial.
Jorge Jesus já avisava
há um mês, depois de uma expulsão infantil de Gabigol, contra o Grêmio, em
Porto Alegre. O jogador também tomou vermelho na final da Libertadores, contra
o River Plate. Por provocar os reservas
do time argentino esfregando o órgão genital.
"Ainda não
consegui fazer dele emocionalmente um grande jogador como é tecnicamente e
taticamente. Do ponto de vista emocional
tem muitos problemas."
Recordista de gols no
Brasileiro, 25, artilheiro da Libertadores, nove gols, ele também foi o jogador que mais acumulou cartões na competição
nacional.
Mas na partida diante
do time árabe, a indisciplina e a tensão se acumularam por conta dos holofotes.
Gabigol ansiava o
Mundial.
Gabigol segue lidando muito mal com a pressão psicológica. Foto: Luís Moura / Estação Conteúdo. |
Seu contrato de
empréstimo com o Flamengo termina daqui a 13 dias. O clube carioca já deixou
encaminhada sua contratação por cerca de R$ 90 milhões.
Isso, se ele quiser
seguir no Rio de Janeiro.
O sonho, no entanto, de Gabigol é voltar para a Europa, onde
fracassou na Inter de Milão e no Benfica.
O atacante acreditava
que o Mundial no Qatar seria uma maneira para atrair gigantes europeus. Fazer
com que voltassem a cobiçar seu futebol.
Por isso, a pressão
que colocou sobre seus ombros.
Para jogar bem e,
principalmente, marcar gols.
Pensando apenas em si,
ele foi muito mal.
Ao contrário do que
Jorge Jesus tanto cobra e ensina, antes de a bola chegar aos pés de qualquer
atacante perto da área, ele precisa ter três opções de passe. Um companheiro de
cada lado e um chegado de trás.
Gabigol, terça feira, fez
o que o treinador detesta.
Mal encostava o pé na
bola e abaixava a cabeça, tentando, driblar, chutar. Acabou sendo anulado
facilmente.
Se ele queria
impressionar empresários que acompanham o Mundial, conseguiu.
Mas de maneira muito
ruim.
Atuando como fez nas poucas vezes que entrou em campo com a camisa da Inter e do Benfica.
Ele já até havia se despedido do Flamengo. Com certeza de voltar para Europa. Foto: Reprodução / Twitter |
Mesmo com a vitória e
a classificação do Flamengo para a decisão, o sorriso de Gabigol era amarelo.
Ele sabia que havia
fracassado.
Jorge Jesus já previa
que essa situação poderia acontecer.
E tentará fazer com
que recupere o foco no sábado.
Esqueça um pouco do
seu momento.
Pense que está em um
time que decide o Mundial.
Mostre amadurecimento
mesmo tendo 23 anos.
Gabigol precisa
entender.
Se destacar no sábado
seria maravilhoso.
Abriria portas.
Mas ser campeão do
mundo seria muito melhor.
Que o treinador
português consiga mostrar.
Egoísmo na decisão é o
pior caminho.
Gabigol tem de jogar
para o Flamengo.
Não para os
holofotes...
Por COSME RÍMOLI - Do R7
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