Sábado, 31 de agosto de 2019.
Presidente da FENAPAF
afirma que entidade tem proposto mudanças no calendário da CBF. Dados são
preocupantes.
Felipe Augusto Leite, presidente da FENAPAF, e a preocupação com o desemprego no futebol brasileiro. Foto: Divulgação. |
Em torno de 600 clubes
profissionais atuam no futebol brasileiro, sendo que apenas, vejam bem, apenas
40 atuam o ano inteiro, os 20 da Série A e os 20 da Série B.
Na Série D, que começa
com 68 clubes, na primeira fase sobram 32 e a cada semana o número de
participantes vai diminuindo até que sobrem os quatro melhores classificados.
Na Série C, os 20
clubes participantes jogam a primeira fase até o final de agosto, e a partir
seguem em frente os oitos classificados para as quartas de final e depois ficam
os quatro que conquistaram aceso, restando em atividade apenas os 40 da A
e B.
Se o torcenauta ficar
uma conta simples, com cada elenco tendo entre 30 e 40 atletas dá para imaginar
o tamanho do desemprego no futebol brasileiro. E se o torcenauta imaginar que
cada atleta tem como dependentes – vou colocar por baixo – 4 pessoas, o
cenário é ainda mais cruel.
Não estou
contabilizando aqui treinadores, preparadores físicos, massagistas, roupeiros,
a estrutura que cerca um time de futebol. Se contabilizar, ai é que a coisa
fica feia, e nem abordei aqui – fica para outro momento – a realidade salarial
da grande maioria dos profissionais do futebol, bem como as condições de
trabalho.
O número de atletas
profissionais registrados na CBF gira entre 17, 18 mil e apenas, 6,7% trabalham
uma temporada inteira, o que desmontou faz muito tempo aquele ufanismo que o
Brasil é o país do futebol.
Volto ao assunto por
entender que é preciso um trabalho para que a CBF avalie equiparar o sistema de
disputa da Série C com as séries A e B, todos jogando contra todos, ida e volta
preenchendo o calendário até o final de novembro.
Segundo o presidente
da FENAPAF, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, Felipe
Augusto Leite, a questão do calendário é a grande bandeira da entidade.
É a nossa grande
bandeira, além da manutenção dos direitos conquistados ao longo do tempo. A CBF
já foi provocada por nós várias vezes e já sinalizou que faz estudos para mudar
essa realidade. Todo o ano a FENAPAF faz essa cobrança no Conselho Técnico da
Série C
É questão de
sobrevivência da grande maioria dos clubes de futebol do Brasil que a CBF mude
um cenário que é de preocupação.
Séries A, B e C
disputadas no mesmo sistema é o primeiro passo. A Série D é uma divisão
diferente das demais, pelo número de participantes, 68, mas é preciso que
federações, clubes, entidades representativas de jogadores, treinadores
provoquem a CBF no sentido de uma ampla discussão sobre a realidade preocupante
do desemprego no futebol.
Por
Marcos Lopes – Natal
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