quarta-feira, 5 de julho de 2017

Que piada, Náutico! Que vergonha, Sport!

Quarta feira, 05 de julho de 2017.
O Sport e o Náutico deram o primeiro passo do que pode ser o triste fim da Copa do Nordeste.

Aquele que é o melhor campeonato regional do país, extremamente rentável e que tem recorde de públicos, pode ser ferido de morte por causa da arrogância dos dois clubes.

O Santa Cruz, por ora, não se posicionou.

Mas, segundo a imprensa pernambucana, a tendência é que o Tricolor esqueça sua origem forjada na resistência e siga os dois “colegas” recifenses.

A frase mais emblemática é também a mais vergonhosa:

- O repasse feito aos clubes não é compatível com o que nós representamos.

A tal frase é de Emerson Barbosa, diretor de futebol do Náutico, mas resume também o entendimento do Leão quanto a questão.

Vamos por parte.

Porque Náutico e Sport hoje, queiram ou não, têm tamanhos diferentes no Nordeste.

Comecemos pelo Timbu!

O Alvirrubro simplesmente exige um tamanho que há muito não tem.
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De cinco edições já realizadas da nova Copa do Nordeste, em duas delas o clube nem mesmo se classificou para a competição. E nas três vezes que participou, nunca passou da primeira fase.

Que critérios, pois, o Náutico quer usar para ter um repasse de verba maior que os rivais? O Timbu é um reles “participante ocasional” do Nordestão que, inclusive, não costuma ir longe quando joga o campeonato.

Aliás, o time faz uma temporada deprimente em 2017.

Para início de conversa, tem campanha bizarra na Série B do Brasileirão. Com dois empates e incríveis nove derrotas, é o lanterna da competição com apenas dois pontos conquistados.

Tem campanha pior, por exemplo, que ABC (12 pontos e 18ª colocação), Ceará (15 pontos e 8ª colocação) e CRB (16 pontos e 6ª colocação), outros nordestinos que jogam a Série B e que segundo o Náutico deveriam ter peso menor que o dele (aqui omitimos o Santa Cruz, atual 12º colocado, porque, como já registrado, é dito por Pernambuco que o clube pretende aderir a esta saída em massa do Nordestão).

Mas, o mais curioso é que o Timbu já nem mesmo tem chances de jogar a Copa do Nordeste do ano que vem, depois que terminou o recém-encerrado Campeonato Pernambucano num melancólico quarto lugar. Ou seja, o clube avisa que não vai jogar uma competição que ele nem mesmo está classificado.

Ora, ora, que curioso!

Mas sigamos!

E falemos um pouco do Sport.

O Leão recifense, sim, é um protagonista da Região Nordeste.
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Primeiro porque joga a Série A do Brasileirão (ao lado de Bahia e Vitória, vale lembrar de toda forma).

Também participou de todas as edições do Nordestão desde que ele foi retomado em 2013 e sempre passou da primeira fase.

Foi campeão em 2014. Vice-campeão em 2017. Semifinalista em 2015 e 2016. E parou nas quartas de final em 2013.

Em tese, se quisesse apelar para a tal "meritocracia", até teria direito de pedir/exigir um repasse maior de verba do Nordestão.

Ainda que erre ao se aliar de forma corporativista ao seu conterrâneo e não aos outros protagonistas da região.

E, para mim o mais grave, o mais triste, o mais lamentável, é que o Leão adota com seus colegas de Nordeste a mesma lógica perversa de que é vítima em âmbito nacional.

No Brasileirão, o Sport fica com cotas ridículas se comparado aos grandes adversários das regiões Sul e Sudeste do Brasil.

E, com razão, reclama disso. Posiciona-se criticamente. Pede repasses mais justos em nome de uma maior competitividade.

Que pena!


No Nordeste, internamente, o Sport sai de oprimido e vira opressor.
Por Phelipe Caldas - Globo Esporte/João Pessoa-PB.

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