Domingo, 18 de setembro de 2016.
Com jogadores de pouca
expressão e muitas queixas de clubes, a Fifa quer reavaliar o torneio de
futebol nos Jogos Olímpicos.
Foto: Reprodução |
Com jogadores de pouca
expressão e muitas queixas de clubes, a Fifa quer reavaliar o torneio de
futebol nos Jogos Olímpicos. O Estadão.com apurou com dirigentes do Comitê
Olímpico Internacional (COI) que cartolas do mundo do futebol já indicaram
depois do evento no Rio-2016 que “chegou a hora” de conversar sobre a situação
da competição.
Segundo um dos
principais membros do COI, Francesco Ricci Bitti, o futebol nos Jogos no Brasil
“foi muito satisfatório do ponto de vista do COI”. “Estádios estavam com ótima
capacidade”, disse “Mas se a Fifa quer falar do assunto, vamos ver como lidar”,
lamentou. A conquista do ouro para o Brasil foi considerada, internamente pela
entidade olímpica, como um dos grandes momentos do evento de 2016.
Mas os organizadores
admitem que, em outros países, o impacto pode ser menor. As seleções
classificadas tem o direito de levar três jogadores acima de 23 anos ao
torneio. Mas, no Rio, muitas abriram mão desse direito, enquanto outras
simplesmente não conseguiram autorização dos clubes para contar com seus
craques.
Em entrevista à
agências de notícia, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, admitiu que “algo
precisa ser feito” e questionou a viabilidade do torneio no futuro. “No final,
ninguém está satisfeito com o evento diante de um calendário internacional já
congestionado”, disse. “Não existem datas livres”, alertou.
Pelo calendário da
Fifa, clubes não são obrigados a liberar seus jogadores aos Jogos. No caso de
Neymar, a decisão do Barcelona ocorreu depois de uma negociação entre o
jogador, a CBF e o time catalão.
“Não se trata nem de
uma competição júnior e também não é uma competição do mais alto nível”, disse
Infantino. “Os jogadores não estão felizes, os clubes não estão felizes e as
federações não estão felizes”, alertou. “Portanto, se não tem ninguém feliz, deve
haver algo de errado”, admitiu. “Precisamos realmente olhar para isso. Não
tenho uma solução”, admitiu.
“Isso é algo que todos
estão falando nos círculos internos do futebol, mas também nos círculos
olímpicos. Mas ninguém ousa levantar o assunto”, afirmou Infantino. O novo
presidente da Fifa, porém, indicou que estava satisfeito com o entusiasmo
relacionado ao torneio feminino de futebol nos Jogo.
Por Jamil Chade – O Estadão.
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