Segunda feira, 12 de outubro de 2015.
Maracanã e Allianz Parque atraem cada vez mais visitantes
Allianz Parque
Mesmo com o sol de
rachar mamona na quinta-feira, o publicitário Rafael Anias deixou a litorânea
Bertioga e subiu a serra. Em sua opinião, valeu a pena fazer a rota contrária
dos turistas e conhecer o Allianz Parque. “Eu me sinto honrado de estar no
estádio”. Os relatos de viagem de Rafael já não são tão absurdos, e os estádios
começam a entrar na lista dos pontos turísticos de cada cidade.
O Maracanã é o caso
mais concreto. O estádio é o terceiro ponto turístico mais visitado do Rio,
atrás do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar. Em 2015, mais de 240 mil pessoas
já visitaram o estádio mais famoso do Brasil, com um aumento de 15% depois da
Copa do Mundo. “Existe um interesse grande para conhecer os bastidores e áreas
exclusivas”, conta Viviane Campano, diretora de Eventos do Maracanã.
Maracanã
Os números de
visitação desmentem a ideia de que só os estrangeiros visitam a arena carioca.
Em 2015, o porcentual de brasileiros que vão ao Maraca gira em torno de 60 a
70%. No Rio Grande do Sul, a Arena Grêmio superou o interesse inicial após a
reforma e continua com média mensal de cinco mil visitantes.
Sem a vocação
turística dos vizinhos, as arenas paulistas têm números mais modestos. O
interesse pela nova casa do Palmeiras já atraiu 28 mil visitantes neste ano,
são mais de dois mil por mês. O advogado Fernando Maldonado (corintiano) foi ao
Allianz acompanhar a namorada (palmeirense). “Quem vem a São Paulo tem
curiosidade de conhecer os estádios. A rivalidade não importa, mas depois ela
vai comigo à Itaquera”, jura o paranaense.
O Maracanã é o
terceiro ponto turístico mais visitado do Rio de Janeiro, atrás do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar.
Maldonado vai demorar
para dar o troco, porque a Arena Corinthians não tem um tour. Lucio Blanco,
gerente de Operações, explica que o clube aguarda a finalização das obras para
começar a receber seus fãs. Isso deve acontecer ainda este ano.
O Morumbi recebe mil a
dois mil visitantes por mês. Na visão de Rogério Botasso, diretor da Passaporte
FC, parceira do São Paulo no Morumbi Tour, esses números podem crescer. “São
Paulo não é uma cidade turística. Vivemos uma realidade diferente do Rio de
Janeiro”, avalia. “Os números estão evoluindo, mas o estado ainda tem um grande
potencial”, concorda Bruno Paste, diretor da agência Futebol Tour, parceira do
Palmeiras e de mais oito clubes.
Outra particularidade
do mercado paulista é a diferença do preço dos ingressos do tour e do dia de
jogos. Enquanto nos outros estados o preço fica elas por elas (cerca de R$ 30),
ou até mais barato como na Arena Fonte Nova e na Arena das Dunas (R$ 20), o
bolso paulista reclama. O Palmeiras, por exemplo, é dono do maior ticket médio
no Campeonato Brasileiro (R$ 70). Visitar o Allianz Parque fora dos dias de
jogos sai por menos da metade do preço.
Os roteiros são bem
parecidos em todos os estádios. O tour passa pelas cabines de imprensa,
camarotes, cadeiras, sala de coletivas, zona mista, túnel de acesso e banco de
reservas. Os pontos altos são o vestiário e, obviamente, o gramado. O percurso
guarda algumas surpresas, como a exibição de um vídeo no vestiário e o som da torcida
no túnel de acesso. “Fiquei emocionado”, disse Wendel Magalhães, mineiro de Ubá
olhando o vazio do estádio do Palmeiras.
A visita no Maracanã
fala com todas as torcidas. Os torcedores encontram a estátua do Zico,
artilheiro do estádio com 333 gols, e passa pelos pés do vascaíno Roberto
Dinamite. Estão lá também a bola, trave e rede do gol mil de Pelé. No ano que
vem, por causa dos Jogos 2016, até os clubes esperam aumentar a visitação. O
Fla Experience, visita ao memória de conquistas do Flamengo, espera um
crescimento de 200% por causa do aumento do número de turistas na cidade.
Fonte: Estadão.
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