SÁBADO, 20 DE DEZEMBRO DE 2014.
Raimundo Inácio Lobão, presidente do
Corintians de Caicó (Foto: Divulgação)
O ano de 2015 pode
decretar a falência de um dos clubes mais importantes do interior do Rio Grande
do Norte, o Corintians-RN. Sem dinheiro em caixa e sem qualquer recurso para
montar o time de futebol profissional para a disputa do Campeonato Potiguar do
próximo ano, o presidente da entidade, Raimundo Inácio Lobão, disse que amarga
uma dívida de quase R$ 70 mil, oriunda do estadual deste ano, e que não sabe
como quitar os débitos junto aos comerciantes da cidade de Caicó, na região
Seridó do estado.
Nesta quinta-feira, o
dirigente esteve em Natal com a intenção de se reunir com o presidente da
Federação Norte-rio-grandense de Futebol, José Vanildo, mas o encontro não
ocorreu. O presidente da FNF viajou a São Paulo para se reunir com Marco Polo
Del Nero, futuro presidente da CBF, e deve retornar à capital potiguar no fim
de semana. O objetivo da reunião entre Lobão e Vanildo seria a oficialização da
retirada do Corintians do estadual de 2015.
Ao GloboEsporte.com, o
dirigente do Galo do Seridó lamentou a crise financeira que o clube enfrenta.
Segundo ele, a crise já dura seis anos e ainda afirmou que o clube pode
decretar falência. Fundado em 1968, o único título estadual da equipe foi
conquistado em 2011. Lobão, que está no clube há mais de 20 anos, foi uma das
figuras responsáveis pela montagem do elenco campeão daquele ano, ao vencer o
América-RN, em Caicó. Contudo, apenas as boas lembranças restaram daquela
época. Financiado por políticos locais e por uma empresa de combustíveis
potiguar, o Galo se tornou referência no planejamento do futebol e montou um
forte elenco naquela temporada, sob o comando do treinador Pedrinho
Albuquerque.
- Estou há 20 anos no
Corintians de Caicó e nunca tinha me reparado com uma situação tão crítica como
essa. Para ser bem sincero, estamos enfrentando problemas financeiros nos
últimos seis anos e não vejo outra saída a não ser a falência. Em 2001, quando
fomos campeões estaduais, por exemplo, eu atuava como diretor de futebol, mas
tomava conta do clube. Nessa época, tínhamos mais empresários e políticos que
vivenciavam a rotina do clube. Os torcedores geravam uma pequena receita para o
clube, com o pagamento de carnês, uma espécie de sócio-torcedor. Eram bons
tempos em que tínhamos recursos para contratar bons jogadores e termos uma
estrutura adequada para o clube - recorda.
No estadual desse ano,
a folha salarial do Corintians era de quase R$ 50 mil, destinada exclusivamente
ao pagamento do treinador, da comissão técnica e dos jogadores. O Estádio
Marizão, em Caicó, não tinha custos para o clube já que o poder executivo era
parceiro. Outra baixa nos recursos do clube foi após o período eleitoral, já
que alguns políticos que ajudavam o time não conseguiram se eleger.
- O político que me
ajudava ultimamente não conseguiu se eleger. Ficou ainda mais complicado. Dos
empresários de Caicó, poucos ajudavam o clube e o máximo que recebia eram uns
R$ 3 mil, que dava para pagar o salário de três jogadores - explica.
Fonte - Globo Esporte
RN
Niltinho comenta: A torcida caicoense está meio que atônita com esta
informação dada pelo presidente à imprensa da capital. Apesar das dificuldades
apresentadas por Lobão aqui mesmo no nosso blog em entrevista recente, a
maioria dos torcedores ainda acreditava que uma carta fosse retirada da manga e
o galo ressurgisse das cinzas.
Diante do quadro
desolador apresentado, resta torcer para uma solução financeira que pelo menos
mantenha o clube ativo, mesmo que fora do estadual, mas com expectativas de um
retorno breve. Não é demais relembrar casos como o do São Gonçalo que sai de
cena alguns anos atrás e sumiu de vez. Esse hoje sem dúvida alguma é o maior
temor por partes dos fanáticos do galo do Seridó.
Por Niltinho Ferreira (Caicó).
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