1°/04/2012 DOMINGO
O título brasileiro de 1987 é, sem dúvida, uma das maiores polêmicas em nosso futebol. As discussões sobre quem foi campeão brasileiro daquele ano são muito quentes, .
Luiz,
Cerca de 5 anos atrás, juntamente com alguns outros amigos ajudei a constituir o Grupo de Literatura e Memória do Futebol, o MEMOFUT.
Segue o texto que anualmente é enviado a todos os seus integrantes, sempre que o grupo aniversaria:
O Memofut comemora hoje, 31 de março, cinco anos de existência.
O Grupo foi criado em 31 de março de 2007, por 16 interessados em literatura e memória do futebol.
Fazem parte do grupo e frequentam suas reuniões, Administradores, Advogados, Engenheiros, Escritores, Estudantes, Historiadores, Jornalistas, Médicos, Pesquisadores e Professores, todos apaixonados pelo futebol.
Sempre é importante lembrar a finalidade do Grupo.
O Memofut tem como objetivos:
I - Preservar a memória do futebol.
II – Divulgar a literatura e outras formas de expressão cultural e artística do futebol.
O grupo é apartidário, sem fins comerciais e é extremamente rigoroso no respeito aos direitos autorais.
Certamente o Grupo ultrapassou as nossas expectativas e deverá crescer mais, através do trabalho de todos nós.
...infelizmente não faço mais parte do grupo, justamente por ter discordado da opinião de um de seus idealizadores, que acabou por inviabilizar a minha continuidade no grupo.
No entanto, ainda em 2010 quando coordenava o MEMOFUT, uma de nossas iniciativas naquela época foi a de propor um projeto tendo em vista criar um dia em prol da memória do futebol.
Infelizmente, de forma surpreendente, contamos com a grande resistência de algumas pessoas ligadas a coordenação do mesmo que acreditavam ser esta uma iniciativa que poderia gerar a presença de um maior número de pessoas em nossos encontros que eram realizados no Museu do Futebol (na verdade três pessoas foram contra, e como a coordenação era formada por cinco pessoas...)
Particularmente jamais acreditei que o controle de ações em prol de uma coletividade, no caso em particular, o futebol, o esporte mais popular do mundo, pudesse ficar sob controle de poucas pessoas, ainda mais que as reuniões são realizadas em local público, onde a não ser que ocorra o pagamento pelo espaço, não pode haver a restrição da entrada dos contribuintes.
Infelizmente tenho sofrido algumas represálias por acreditar e expor esta minha opinião, tendo eventos, gratuitos, cancelados por pessoas que, infelizmente, resolveram tomar partido nesta desagradável discussão de conceito – “ter ou não eventos abertos ao público em geral” e até mesmo um dos meus trabalhos teve sua autoria adulterada por um co autor de um dos meus livros, coordenador do grupo.
Mas não é a hora de me lamentar e sim de compartilhar uma importante iniciativa e o MEMOFUT é realmente uma grande e bela iniciativa.
Tomara que em breve novos ventos assumam a coordenação do grupo e permita a efetiva democratização desta iniciativa em prol da memória do futebol.
um grande abraço
José Renato Santiago
Nesta quinzena o Boletim da Memória do Futebol irá destacar o Centenário do Santos e o aniversário da primeira partida realizada no país ainda em 1894, na antiga Várzea do Carmo, região central de São Paulo.
Esta data em especial foi um dos fatos que me motivou, juntamente com mais dois amigos, Marcelo Unti e John Mills, a buscar apoio junto a Camara Municipal no intuito da cidade de São Paulo incluir em seu calendário oficial uma data em prol da Memória do Futebol.
Contamos com a colaboração decisiva do vereador Floriano Pesaro, o que após dois longos anos de esforços, resultou na promulgação da Lei 15.522, que institui o Dia em Memória ao Futebol a ser comemorado no dia 24 de novembro (data de aniversário de Charles Miller, o introdutor do futebol no Brasil.
Nesta semana, em particular, gostaria de compartilhar com você o link com a entrevista que dei ao uol na última sexta-feira: http://esporte.uol.com.br/
Espero que seja do seu agrado,
Um grande abraço.
José Renato
Os Maiores Beneficiados e Prejudicados pela Copa União de 1987
O título brasileiro de 1987 é, sem dúvida, uma das maiores polêmicas em nosso futebol. As discussões sobre quem foi campeão brasileiro daquele ano são muito quentes, .
Não entrarei nela, mas gostaria de resgatar uma outra questão que é muito pouco discutida sobre aquela competição, seus participantes.
O Campeonato Brasileiro de 1986 seria disputado por 44 equipes e mais 4 que iriam “subir” da segunda divisão entre as duas fases iniciais.
O Conselho Nacional de Desportos, antigo CND, tinha a intenção de reduzir o número de participantes da primeira divisão do campeonato brasileiro. Ao lado da CBF estabeleceu que o campeonato de 1986 seria classificatório para o de 1987, quando 24 equipes participariam do mesmo.
O regulamento original de 1986 estabelecia que da primeira para a segunda fase 32 equipes se classificariam. As 24 melhores fariam parte da primeira divisão de 1987.
No entanto, um problema envolvendo o Vasco da Gama e Joinville (também não entrarei na discussão sobre este problema, também recheado de polêmicas.) durante a fase inicial, fez com que o regulamento fosse alterado durante a competição o que causou a classificação de 36 equipes para a segunda fase, 4 a mais que o original.
Diante disso, ficou definido o aumento para 28 no número de classificados para o campeonato nacional da primeira divisão de 1987.
Se esta segunda versão do regulamento tivesse sido obedecida, as 28 equipes que disputariam a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro seriam:
Atlético – GO, Atlético – MG, Atlético – PR, América – RJ, Bahia, Bangu, Ceará, Corinthians, Criciúma, Cruzeiro, CSA, Goiás, Grêmio, Guarani, Flamengo, Fluminense, Internacional – RS, Internacional – SP, Joinville, Náutico, Palmeiras, Portuguesa, Rio Branco – ES, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Treze eVasco da Gama.
No entanto, em 1987, a criação do Clube dos 13 e a realização da Copa União, tiraram da principal competição nacional de 1987 as seguintes equipes, as maiores prejudicadas:
Atlético – GO, Atlético – PR, América – RJ, Bangu, Ceará, Criciúma, CSA, Guarani, Internacional – SP, Joinville, Náutico, Portuguesa, Rio Branco – ES e Treze.
Dentre estas 14 equipes, apenas o América – RJ, por se sentir prejudicado, se recusou a participar do campeonato organizado pela CBF em 1987, o chamado Módulo Amarelo
O Clube dos Treze resgatou, em 1987, duas equipes que deveriam participar da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro daquele ano, no caso, as maiores beneficiadas:
Botafogo – RJ e Coritiba.
Ao organizar o Módulo Amarelo, a CBF resgatou para o que ela considerou como também sendo da Primeira Divisão, duas equipes que deveriam participar da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro de 1987, são elas:
Sport e Vitória – BA.
Se a CBF tivesse utilizado como critério completar o Módulo Amarelo com as equipes classificadas imediatamente depois daquelas que já tinham conseguido a vaga no campo, elas seriam o Vitória – BA, que foi realmente chamado, e a Ponte Preta, outra prejudicada que acabou tendo que disputar o Módulo Azul, uma espécie de Terceira Divisão do Brasileiro.
Lembrando que o critério anterior era “chamar” as equipes com melhores campanhas na Segunda Fase do Brasileiro de 1986.
E foi assim que a história aconteceu...
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