domingo, 21 de junho de 2009

POEMA DE CONCRETO: OS ÚLTIMOS VERSOS.

21-06-2009
Dentre as cidades escolhidas para abrigar os jogos da Copa do Mundo de 2014, Natal será a única que terá o seu atual estádio destruído para dar lugar a um outro mais moderno e dentro dos padrões internacionais de segurança.
.
Isso se explica pelo nível de abandono a que chegou a nossa principal praça de esporte, que apesar dos R$ 17 milhões investidos na última reforma realizada em 2007, ainda continua sofrendo de problemas crônicos como a infiltração nas marquises, iluminação inadequada, fragilidade no esquema para evitar o caronismo, além de ser bastante desconfortável para os torcedores — que em certos setores de baixo das marquises, não têm como se livrar da chuva.
.
A falta de atenção do poder público com aquele que um dia chegou a ser exclamado como “O Poema de Concreto” pelo governador Cortêz Pereira, ficou patente no ano de 1997, quando uma das torres de iluminação do estádio caiu devido a ação da ferrugem e o Machadão acabou parcialmente interditado.
Segundo Dinarte Rodrigues, engenheiro da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL), durante os 37 anos de existência, o estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado passou apenas por uma grande reforma, que foi a de 2007, mesmo assim ainda faltaram recursos para deixar a praça dentro das exigências contidas no Estatuto do Torcedor.
.
UM POUCO DA HISTÓRIA DOS ARTISTAS QUE ATUARAM NO MACHADÃO!
.
Marinho: o grande artilheiro
Marinho Apolônio também pode ser apontado como uma das boas lembranças do estádio Machadão. Artilheiro nato ele fez uma dupla sensacional ao lado de Silva tanto no ABC quanto no América, promovendo a festa dos torcedores de ambos. Marinho se mostra contrário a demolição do estádio por considerar o seu acervo histórico muito rico, mas salienta ter torcido muito para que a cidade fosse escolhida para sede do Mundial de 2014.“A maior lembrança que vou levar do Machadão era a festa que a torcida fazia comemorando os meus gols. E não foram poucos, já que eu e Silva juntos chegamos a marcar mais de cem gols numa temporada”, afirmou.
.
Marinho se tornou inesquecível e adquiriu o respeito das torcidas dos dois maiores rivais do futebol do RN, mas não se recorda de ter sido vaiado em nenhuma oportunidade, mesmo quando deixou o América — onde atuou por sete anos — para vestir a camisa do ABC. “Os torcedores sempre me respeitaram muito, foram anos muito felizes que passeis nos dois clubes e confesso de ter sentido o mesmo calor das duas partes”, destaca.
.
Conquista do Nordeste foi uma das mais importantes!
.
Em nível nacional a história do Machadão foi marcada por duas conquistas importantes dos clubes potiguares, ambas através do América que em 1973 sagrou-se campeão da Taça Almir correspondente ao título do Norte-Nordeste e em 1998 presenteou a sua torcida com aquele que é considerado o título mais expressivo do futebol potiguar até o momento: o Campeonato do Nordeste. Outro motivo de grande orgulho para família a alvirrubra foi o vice-campeonato brasileiro da série B, em 1996. O que existe em comum nestes dois grandes êxitos do futebol moderno? A presença do craque Moura comandando a equipe.
O jogador idolatrado até hoje como o grande ícone daquela fase áurea se mostra orgulhoso por ter participado desses grandes feitos e destaca a decisão contra o Vitória/BA, no Campeonato do Nordeste como a partida que ficará marcada para sempre na história vivida no Machadão. “Aquele jogo foi um momento muito especial na minha carreira o estádio estava cheio, o adversário tinha uma boa vantagem e o clima de festa e confiança instalado no Machadão acabou contagiando nossa equipe, que necessitava vencer por uma diferença de dois gols e foi buscar o placar. No time deles, só o que era pago ao Petkovick dava bancar toda folha do América”, destaca.
Outra recordação especial do estádio que está para ser demolido, segundo o craque da camisa dez alvirrubra, foi a campanha na série B de 2006 quando apesar de possuir um elenco modesto e pequeno, o América conseguiu se superar e se transformar no primeiro clube do RN a conquistar uma vaga na divisão de elite do futebol nacional após a modificação na forma de disputa do Brasileirão. “Aquele também será um momento inesquecível na história do Machadão”, frisa. Ele vem sequenciado daquele que o craque traça como o maior momento da “Era Moura” — a campanha da equipe na série A de 2007. “Naquele ano nós impusemos respeito aos nossos adversários, tanto que ficamos 18 partidas em perder atuando em Natal e conquistamos resultados marcantes. Nossa equipe só foi derrotada pelo São Paulo na última partida que fizemos no Machadão. “Dentre os gols marcados na nossa primeira participação na série A, guardo num lugar especial daminha memória um marcado de falta em Dida. Fatos como estes é que vão fazer a Machadão ser eterno na memória de algumas gerações”, salienta.
Mas não são apenas momentos felizes que ficarão guardados na recordação do ex-atleta, ele disse que alguns dissabores vividos dentro da praça mais importante do futebol potiguar também entraram para galeria de fatos inesquecíveis, e apontou como o maior pesadelo o título estadual perdido para o ABC em 1999, marcado pela infelicidade do zagueiro e amigo Marcelo Fernandes, que fez um gol contra nos momentos finais da partida, tirando a chance do América buscar o empate, resultado que o favorecia. “Aquela foi a maior infelicidade de um jogador que eu vi dentro daquela gramado. Por isso acho que ficou tão marcado. Lembro que ABC e América montaram elencos fortíssimos e todo clássico era uma verdadeira festa”, afirmou.
.
Ferdinando Teixeira, o técnico que mais títulos conquistou!
.
Entre os treinadores de futebol que apresentaram suas táticas e sua visão de futebol dentro do estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado, nenhum foi tão vitorioso quanto Ferdinando Teixeira, que conseguiu a proeza de ser campeão pelos três clubes mais tradicionais do futebol potiguar, acumulando no currículo nada menos que onze títulos estaduais. O maior número deles ocorreu no comando do ABC (1984, 1995, 1998, 1999, 2007 e 2008), sendo que os dois nos últimos anos as conquistas ocorreram dentro do estádio Frasqueirão, mas ainda assim estão inclusas nos 37 anos de história do Machadão.Com tantos motivos para comemorar não é novidade que o treinador guarde um verdadeiro livro de recordações do palco onde também se eternizou para história do esporte do RN. Mesmo procurando graduar as conquistas num mesmo grau de importância ressaltando que cada uma delas “possui suas peculiaridades”, quando solicitado as que bateram mais forte em suas emoções o por causa disso possuem um sabor especial, o professor Ferdinando dá a resposta sem titubear. “Em termos emocionais as mais importantes foram às conquistas pelo Alecrim, que é o meu clube de coração. Também posso destacar o meu primeiro título com o ABC, em 1984, a primeira vez sempre costuma deixar marcas profundas na carreira de qualquer profissional de futebol e geralmente também é cercado por muita emoção”, revelou Ferdinando.
Quando se deixa a emoção de lado e o assunto é sobre os momentos mais importantes da carreira, Ferdinando Teixeira cita a campanha vitoriosa com o América em 1996, quando depois de uma passagem tumultuada pelo ABC, onde foi campeão do primeiro turno, ele trocou o Alvinegro pelo maior rival, conquistou a classificação para final, foi campeão estadual e como representante potiguar na série B, conduziu o América ao vice-campeonato Brasileiro. “A chegada do América na primeira divisão foi um momento muito importante para o futebol do RN, ali eu acredito que contribuiu para que as nossas equipes dessem um salto de qualidade. Apesar de ter sido um vice-campeonato, aquela foi uma das grandes proezas conquistadas pelo América devido às circunstâncias em que o clube participou daquela competição”, ressaltou.
.
Ferdinando Teixeira foi campeão estadual pelo América nas temporadas de 1988, 1989, 1996 e 2003 e pelo Alecrim nos anos de 19985 e 1996. Ele também conduziu o ABC de volta à série B do Brasileiro. Quanto às melhores equipes que comandou, o professor faz referência a duas em especial, ao time esmeraldino de 85 e ao ABC de 84: “Foram duas equipes maravilhosas, que dava gosto de dirigir pela aplicação tática e a categoria dos jogadores que possuíam”
Fonte: Tribuna do Norte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário